Esta cassete disponível com uma das muitas edições do infame NME, trazia umas quantas propostas da cena indie do Reino Unido, da colheira de 85/86. A quantidade emergente de grupos que face à receita punk (a influência constante dos Ramones), qualquer garagem fervilhava. Com poucos recursos foram nascendo muitos projectos.
O destaque para uns ainda desconhecidos Primal Scream, uma das poucas bandas a alcançar notoriedade, alguns anos depois.
Deixo-vos o alinhamento:

Lado A

1. Primal Scream / Velocity Girl
2. The Mighty Lemon Drops / Happy Head
3. The Soup Dragons / Pleasantly Surprised
4. The Wolfhounds / Feeling So Strange Again
5. The Bodines / Therese
6. Mighty Mighty / Law
7. Stump / Buffalo
8. Bogshed / Run to the Temple
9. A Witness / Sharps And Sticks
10. The Pastels / Breaking Lines
11. The Age of Chance / From Now On This Will Be Your God

Lado B

1. Shop Assistants / It's Up To You
2. Close Lobsters / Firestation Towers
3. Miaow / Sport Most Royal
4. Half Man Half Buiscuit / I Hate Nerys Hughes
5. The Servants / Transparent
6. The MacKenzies / Big Jim(there's No Pubs In Heaven)
7. Big Flame / New Way(Quick Wash And Brush Up...)
8. We've Got Fuzzbox... / Console Me
9. McCarthy / Celestial City
10. The Shrubs / Bullfighter Blues
11. The Wedding Present / This Boy Can Wait

A banda chama-se Cars Can Be Blue. Resume-se à química existente entre Nate Mitchell (bateria / voz) e Becky Brooks (voz / guitarra). Estamos perante um pop duo de North Hampton, Massachusetts. Antes de qualquer rótulo simples e silencioso, quero dizer que lhes acho piada. Não são pretensiosos, não há snobismo, fazem-no pelo prazer que dali retiram. O EP The Stuff We Do está disponível online.
As canções são bastante imediatas, bubblegum pop, influências óbvias da new wave. Também aqui temos muitos la-la-la's, canções rápidas que alternam com baladas. Os temas são quase sempre sobre relações amorosas, tratadas com humor.
Não gostei particularmente de She Needs it, lembra-me a cover de Pearl Jam, Last Kiss. Pelo contrário Do You Remember tem pontos de interesse.

Well, that mockingbird's gonna sail away,
We're gonna forget it.
That big, fat moon is gonna shine like a spoon,
But we're gonna let it,
You won't regret it.

Bob Dylan - I'll be your Baby Tonight

- Quero o meu dinheiro de volta! - exclamou Tintim.
Não vim aqui para ver pessoas desinteressantes.
- Quem diabos é esse Escarlate?

Os Guns n' Roses nunca me disseram muito, não aprecio hard rock. Mas em 1993 lançaram The Spaghetti Incident, um álbum de versões de temas seminais do punk. Algumas músicas melhor conseguidas que outras, não interessa. Esse disco ficou ainda conhecido devido à versão em faixa escondida, de uma música de Charles Manson.
A insatisfação fez-se sentir nas pessoas que tiveram curiosidade de ouvir os originais e logo a seguir saiu The Tortellini Accident com o seguinte alinhamento:

1. Since I Don't Have You [The Skyliners]
2. New Rose [The Damned]
3. Down On The Farm [UK Subs]
4. Human Being [The New York Dolls]
5. Raw Power [Iggy & The Stooges]
6. Ain't It Fun [Dead Boys]
7. Buick Mackane [T. Rex]
8. Hair Of The Dog [Nazareth]
9. Black Leather [Sex Pistols]
10. Can't Put Your Arms Around A Memory [Johnny Thunders]
11. Paranoid [Black Sabbath]
12. State Violence, State Control [Discharge]
13. Blitzkrieg Bop [Ramones]
14. Troops Of Tomorrow [The Vibrators]
15. Rise [Public Image Limited]
16. Holiday In Cambodia [Dead Kennedys]
17. London Calling [The Clash]
18. UK 82 [The Exploited]

Liderados pelo carismático Jello Biafra, os Dead Kennedys caracterizavam-se pelos riffs marcantes, orelhudos e refrões que se tornaram verdadeiros hinos.
O activismo político era igualmente uma das bandeiras do grupo, os alvos preferidos? Reagan e o Klu Klux Klan. Biafra chega a candidatar-se a Mayor de San Francisco por piada , mas a dimensão que a brincadeira atingiu e o número de votantes, mostrou o descontentamento crescente da população nos candidatos do costume.
São os autores de singles perfeitos da história do punk rock como Too Drunk to Fuck, Holiday in Cambodja ou California Über Alles.

Amy (Amelia Fletcher) das Talulah Gosh

A história do rock é feita, às vezes, de projectos de curta de duração.
Falo dos Talulah Gosh. Um início fulgurante e auspicioso da banda que após poucos registos (2 EP's e uma Peel Session) bastou um par de anos para acabar.
Em comum, Oxford, os bares e uma forte pancada pelo indie rock. Foram os ingredientes necessários para juntar Amelia Fletcher e o irmão Mathew(R.I.P.), Elizabeth Price, Chris Scott e Peter Momtchiloff em 1986.
Em termos musicais, Talulah Gosh soa a rock dos anos 50, convenientemente pós-Ramones. É uma sonoridade muito girlie, poppy com muitos sha-la-las, não tivessem as meninas da banda cortes de cabelo arrapazados e cara de miudos.
Para ficarem com uma ideia do breve impacto que causaram, deixo-vos a tabela:

Entry	Single title	Highest Pos.	weeks on charts
6.Dec.86	Steaming Train	4	10
6.Dec.86	Beatnik Boy	5	10
27.Jun.87	Talulah Gosh	3	10
18.Jun.88	Bringing Up Baby	10	6

O grupo dissolveu-se em 1988, muito devido aos compromissos universitários e ao unânime consenso de que bastava.
Adoro.

Uma banda sonora surpreendente...

1.Death Or Glory - Social Distortion (3:31)
2.Hair Of The Dog - Nazareth (4:09)
3.I Just Want To Make Love To You - Foghat (4:20)
4.Fox On The Run - Sweet (3:23)
5.Motor City Madhouse - Ted Nugent (4:31)
6.Turn To Stone - Joe Walsh (5:14)
7.One Way Out - The Allman Brothers Band (4:58)
8.Fire - Jimi Hendrix (2:43)
9.Space Truckin' - Deep Purple (4:32)
10.Success - Iggy Pop (4:23)
11.Suffragette City - David Bowie (3:25)
12.Iron Man - Black Sabbath (5:54)
13.Nervous Breakdown - Rise Against (2:07)
14.20th Century Boy - T.Rex (3:39)
15.Maggie May - Rod Stewart (5:15)
16.Wish You Were Here - Sparklehorse (6:58)

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