Alpha - 6

Há muito que o império se apoderou deste quadrante.







O mundo visto do Espaço é pequeno. Este cosmonauta orbita em seu redor. My spaceship knows which way to go.

terça-feira, janeiro 31, 2006

 

U-Turn



Well Billy rapped all night about his suicide
How he kick it in the head when he was twenty-five
Speed jive don't want to stay alive
When you're twenty-five

David Bowie - All The Young Dudes

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segunda-feira, janeiro 30, 2006

 

Hey! It's Time! To Move Away and Shine...



Durante a semana passada consegui finalmente ver este filme.
Thumbsucker (2005), dificilmente se pode descolar do rótulo cinema independente apesar de distribuido pela Sony Pictures. Tem quase todas as características do género. Momentos oníricos dispersos pela fita, como recordações familiares felizes ou encontros com bambis em florestas densas.
A história, reporta-se às dificuldades de Justin para deixar de chupar no dedo.
A fixação oral (que terá tido origem no demasiado proteccionismo materno, um desmame traumatico), assim como tratar os pais pelos nomes próprios, deixa-o desamparado por ser diferente de todos, sem afectos reais.
Contribuem para isso o ambiente familiar conflituoso, as dificuldades normais da adolescência. Vê-se confrontado com dilemas entre ter ideais (Greenpeace) ou ser um profissional da argumentação. O desencanto pelos estudos versus obsessão medicamentosa; a primeira paixão que se revela diferente do que esperava.
A banda sonora de Polyphonic Spree e Elliot Smith, muito ajudam a pintar este retalho de uma familia americana em perigo.
Esperava mais deste filme, mas tem alguma da magia que aprecio.

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terça-feira, janeiro 24, 2006

 

The Rutles



A hilariante charge aos Beatles, The Rutles: All you Need is Cash (1978) conduzida por Eric Idle, um dos Monty Python, é um filme muito bem conseguido. É o condensado da série de TV com o mesmo nome produzida para a BB2.
Começa por troçar com o formato filme-documentário, com as deslocações a cenários longíquos em busca de pormenores ridículos, a entrevistas com pouco sumo.
Mas é sempre a carreira dos Beatles que está em foco. Desde a sua estada em Hamburgo, passando pelo manager de gostos duvidosos, o Cavern Club, o estúdio, o líder espiritual, os rumores da morte de um dos membros, a criação da Apple Corp.(Rutle Corps.), os manifestos pela paz, o roof concert. Nada foi esquecido (bem, o White Album foi).
Estão lá as fases todas, nestes Rutles, os prefab-four. O Ed Sullivan Show, a transmissão para todo o mundo de All You Need is Love (Love Life), Sgt. Pepper's Lonely Hearts Club Band (Sgt.Rutter's Only Darts Club Band), Magical Mystery Tour (Tragical History Tour), Yellow Submarine (Yellow Submarine Sandwich), Let it Be (Let it Rot), Abbey Road (Shabby Road).
As músicas criadas especialmente para o filme são um prodígio, têm piada e são pastiche dos temas dos Beatles. Depois de ouvidas algumas vezes, demoram a sair da memória (Cheese And Onions, muito A Day in the Life, muito Lennon).
Conta com a aparição de George Harrison como jornalista e muitos cameos (Mick Jagger, Paul Simon e Bill Murray).
É um filme para os fãs dos Beatles rirem a perder.

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sábado, janeiro 21, 2006

 

Reel Pain



Vi ontem o filme Last Days de Gus Van Sant. Devo dizer que o fiz completamente sem preconceitos. Isto porque muito se falou acerca da demasiada ênfase poética dada no filme ao fim de Kurt Cobain, fazendo dele um mártir (e que para muito deve ter contribuído a conversa dos Mormons acerca do sacrifício de um inocente para nos livrarmos de todo o Mal).
O que assisti foi ao simples declínio de alguém. O descontrolo visível de um louco dentro de uma casa enorme, anárquica. A roupa suja e o descuido do protagonista, as infiltrações de humidade nas paredes, as refeições de Blake (Cobain), os espasmos e perdas de consciência sucessivas são próprias de quem não tem mais nada a perder.
São também exemplo disso os passeios pelo campo e floresta, como eremita de espingarda ao ombro a falar sozinho, sempre absorto numa realidade longe do contacto dos outros. Foi assim criada uma atmosfera desligada.
Michael Pitt (Blake) demonstra mais uma vez ser uma das esperanças da representação.
O filme conta ainda com as participações simbólicas de Kim Gordon (Sonic Youth), Asia Argento (Trash Palace, New Rose Hotel), Harmony Korine (Gummo, Ken Park).

Last Days leva-me a ficar assustado a sério com a decadência, com o perigo a que nos submetemos por vezes irreflectidamente e onde podemos encontrar o fim.

It’s okay to eat fish
’cause they don’t have any feelings

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sexta-feira, janeiro 20, 2006

 

Soda Party Mind Speak



Um olhar destes é tão típico e tão bem recebido.

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quinta-feira, janeiro 19, 2006

 

There are worlds out there beyond compare



Este é um dos muitos festivais de música que terão lugar este ano. Para além do cartaz ser eclético, tem na sua composição as melhores bandas do planeta.
Estão assim concentradas em Coachella Valley, California, em Abril.
Vejam bem o alinhamento, é um sonho.
É também o regresso dos Smashing Pumpkins à estrada, a sua reunião anunciada.

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sexta-feira, janeiro 13, 2006

 

Fast of Friends



Bubblegum Splash. Uma banda cuja aparição foi efémera, muito graças à sua também evaporação rápida. Uma única edição serve de testemunho à sua breve existência, um EP:
- Splashdown (1987)

As influências são demasiado óbvias. Lembram Jesus and Mary Chain (em Plastic Smile), mas surgem a par de outras como Talulah Gosh. São o tipo de banda que irá influenciar o movimento Riot Grrrl, bandas como Bikini Kill, Thee Headcoatees ou mesmo Holly Golightly a solo.

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quarta-feira, janeiro 11, 2006

 

Little Girl Blue



It’s gonna feel just like those raindrops do
When they’re falling down, honey, all around you.
Oh, I know you’re unhappy.

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Pretty bubbles in the air



Green Street Hooligans é um ensaio acerca das consequências que advêm de estar infiltrado numa claque de futebol inglesa. O entusiasmo inicial, a criação de pactos de sangue, a movimentação colectiva por um único objectivo (colocar a claque no topo, a fama); até à fase de declínio, o descontrolo, o efeito bola de neve.
A rivalidade entre os adeptos do West Ham United e o clube vizinho de Milwall. A entrada acidental para a claque de um Yankee (Elijah Wood).
O filme é sangrento, quase tanto como a realidade. As claques conhecidas como Firms, com os seus majors (chefes-de-claque), líderes graças a façanhas e imposições de respeito pouco éticas.
Não deixa de ser engraçado, a ilusão (alcoólica) de ser o dono do mundo, fazendo parte de um grupo, ser retratada com I Wanna be Adored dos Stone Roses.
Está longe de ser perfeito, mas é uma boa lição.

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terça-feira, janeiro 10, 2006

 

Texas Instruments



Passo a abordar mais um dos clássicos festivais de música dos anos 60.
Trata-se desta feita do Texas International Pop Festival em 1969. Aconteceu apenas duas semanas após Woodstock. Assim, a rumagem de entusiastas da nova música e hippies em direcção a Lewisville, deu-se a toda a velocidade para presenciar o evento.
Necessário para a compreensão deste acontecimento, é Got no Shoes, Got no Blues, o filme documentário. É histórico apesar de ter chegado aos nossos dias com qualidade fraca, com um timecode counter no ecrã, má resolução. Salva-se felizmente o áudio, com esforço, conseguimos o filme na totalidade.
O próprio documentário tem uma história absurda. Terá sido realizado para testemunhar o festival de Lewisville e nunca chegou a ser comercializado. Quando começou a circular o bootleg, foi exibido em algumas salas de cinema e mais tarde proibido pelas companhias discográficas (o autor da proeza foi ameaçado de morte).
O cartaz do festival incluia nomes como Janis Joplin, B.B.King, Santana, Chicago ou Led Zeppelin.
o filme contém entrevistas ao sheriff local, ao mayor, aos festivaleiros assim como partes dos concertos das bandas convidadas.
Mais uma agradável surpresa.

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segunda-feira, janeiro 09, 2006

 

Addiction



If you want me to
I will be the one
that is always good
and you'll love me too
but you'll never know
what I feel inside
that I'm really bad
little trouble girl

Sonic Youth

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quinta-feira, janeiro 05, 2006

 

Look out !!!



Ken Kesey, o conhecido escritor de Onew Flew Over a Cuckoo's Nest já tinha um passado de pesquisa governamental de drogas. Licenciado em Stanford nos Estados Unidos, trabalhou durante alguns anos num Hospital de veteranos de guerra, testando drogas então legais como LSD, mescalina e anfetaminas. Acreditava em poderes curativos em algumas delas, aderindo ao psicadelismo.
Depois do enorme sucesso comercial da sua obra literária, Kesey decide juntar-se ao movimento hippie.
Compra um rancho em São Francisco, famoso pelas festas Acid Test. Rodeia-se por entusiastas da experimentação de drogas (músicos,hippies, membros dos Hell Angels), os posteriormente conhecidos como Merry Pranksters, compra um autocarro (um característico school bus amarelo) e inicia uma viagem pela Califórnia acabando por dar boleia a um Allen Ginsberg em Nova York.
Por onde passava, o autocarro com o destino Furthur, colhia aderência das populações com música ao vivo, atiravam ácidos e outras guloseimas.
O filme, demonstra toda a loucura vivida nesse tempo, nas festas, durante a viagem.
Assiste-se a um concerto dos Grateful Dead em transe e improvisação profunda, com convulsões dos presentes, sincronizados com efeitos de luz.
Outro aspecto interessante do filme é a estereofonia tresloucada. Passo a explicar, existem dois locutores/ narradores a falar e a gritar simultaneamente, em canais de som distintos, tornando a experiência auditiva, um perfeito pavor.
Muito curioso. A mais louca odisseia.

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segunda-feira, janeiro 02, 2006

 

Give Head



Tina Weymouth, a baixista dos Talking Heads. Era diga-se de passagem mais-do-que-competente. Casada com o baterista da banda, Chris Frantz (hoje, um dos membros dos Gorillaz), produzia uma sonoridade bassline hibrida art-punk / disco à semelhança de projectos como Pere Ubu, Television ou Wire.
Foi produtora de um dos álbums dos Happy Mondays, Yes, please! .
Lembrei-me dela ao ver o filme do concerto Stop Making Sense dos Talking Heads.

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domingo, janeiro 01, 2006

 

Fica um pouco mais (Que eu já estou quase bom)



O disco Exílio do Quinteto Tati foi um dos três melhores discos de 2004. A passagem da banda pelas sessões 3 pistas da Antena 3, posteriormente editada revela a segurança da banda em palco. Este à vontade é o suficiente para revisitarem o vulto Chico Buarque (o confessado maior culto de JP Simões) em Gota D'água.
Já o tínhamos ouvido a cantar em português do Brasil no desconcertante São Paulo 451, esta versão de Gota d'Água é muito bem conseguida. Mas a maior aproximação ao Chico dos anos 70 está no original do Quinteto Tati, Uma para o caminho.
Aquela flauta tão característica, o baixo saltitante, a toada triste. Francisco Buarque de Hollanda está a ouvir a bater com os dedos na mesa de um botequim carioca qualquer, olhos a brilhar.

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Fim de Festa



Já lhe dei meu corpo, minha alegria
Já estanquei meu sangue quando fervia
Olha a voz que me resta
Olha a veia que salta
Olha a gota que falta pro desfecho da festa

Por favor
Deixe em paz meu coração
Que ele é um pote até aqui de mágoa
E qualquer desatenção, faça não
Pode ser a gota d'água

Chico Buarque - Gota D'água

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