1991. Estamos a falar do mesmo ano em que foi lançado Nevermind pelos Nirvana.
Screamadelica, um álbum importante relegado no seu tempo pelo movimento grunge a explodir mas nunca despercebido, reunia para si toda a influência de uma Britannia imersa na música de dança, techno, house, acid, a cultura rave.
O empurrãozinho de ectasy e afins que Bobby Gillespie não desmente, dá origem a um som de fusão interessante.
Os Rolling Stones de Let it Bleed, vincados em músicas que chamam fragmentos do gospel (Movin' on up), com as quais os U2 aprenderam lição e praticaram de forma aborrecida.
O recurso dos Primal Scream a frases de força, a um optimismo (o sample de Peter Fonda em Loaded), revela a revolução da cor numa altura em que a geração se mostrava deprimida, há aqui o reverendo Gillespie a clamar pelo turning point.
É impensável comparar Screamadelica com albums anteriores de Primal Scream, já que é carta fora do baralho.
Para além dos Stones, é perceptivel uma ligação espiritual com os Happy Mondays e um trilho paralelo a Stone Roses.

"Preach it brother!"- gritavam a Jagger em Altamont